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Nanci de Lara Reis

  • Foto do escritor: Coletivo Marianas
    Coletivo Marianas
  • 21 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 12 de nov. de 2024


Nanci de Lara Reis



Nanci Beatriz de Lara Reis (Nanci de Lara Reis) nasceu em Blumenau (SC), em 23 de julho de 1946.


Formada em contabilidade, começou a trabalhar aos 17 anos e aposentou-se aos 55.


Tem dois livros individuais publicados, participa de três antologias e escreveu a orelha do livro Quam Sacer Cruor.


 

Alguns poemas da autora



O inverno


Através da vidraça embaçada, contemplo nostálgica a garoa fininha que cai lá fora. Abro uma fresta da janela e sinto o vento fustigante me trespassar. Fecho-a de pronto. Conjeturo que definitivamente não gosto de inverno. Nesse instante, porém, contemplo as flores das cerejeiras que se espalham pelo chão, formando um belíssimo tapete cor-de-rosa. Um pássaro solitário aninha-se na ramagem das árvores, entoando um cântico sonoro. Meu pezinho de Manacá sorri para mim, com aquela boca cheia de florzinhas brancas e lilases. O vento joga o chuvisco sobre os amores-perfeitos, que balançam e também me sorriem, com grandes olhos negros. Penso que, afinal, o inverno tem lá os seus encantos!



Do texto “As quatro estações”, do livro Viajando no tempo.





O circo


Vez ou outra, vinha a Curitiba um circo de renome internacional. Isso era um grande acontecimento que movimentava toda a cidade, ainda provinciana, carente de praias e outros atrativos. O pequeno José, lá pelos seus 8 anos, era curioso e peralta como qualquer garoto da sua idade. Estando ele em férias escolares, eufórico, viu instalar-se o circo nas proximidades de sua casa. Assiduamente, saía o menino para assistir aos ensaios dos artistas. O que mais o deixava embevecido era um indiano que pronunciava algumas palavras estranhas- na sua língua pátria, provavelmente- enquanto um enorme elefante obedecia a todas as suas ordens.


Pela manhã, alguns integrantes do espetáculo percorriam as ruas da cidade a fim de atrair o público para o espetáculo noturno. À frente ia o carro do som, o alto-falante convocando a população para “o maior espetáculo da Terra” . Alguns palhaços a pé brincavam com a criançada . Um malabarista jogava bolas para o alto e as aparava com destreza. Atrás, ia uma jaula com o leão, o rei das selvas, segundo anunciava o condutor do veículo. Fechando o cortejo, ia o elefante, levando no dorso o indiano devidamente paramentado com turbante e vestes coloridas, reluzentes.


Um dia, Zezinho resolveu segui-los. Lá pelas tantas, não se conteve e pronunciou bem alto as palavras que cotidianamente ouvia o domador dizer. O animal mais do que ligeiro deixou o cortejo e partiu em direção ao garoto. O indiano, em vão, tentava chamar o elefante de volta. Ele, porém, trotando, seguia em direção a Zezinho que , apavorado, num salto digno de acrobata, em segundos posicionou-se em cima de uma árvore. A plateia aplaudiu , extasiada.



Do livro Retalhos do cotidiano.

 

Livros

Viajando no tempo (Marianas Edições, 2018)

Retalhos do cotidiano (Becalete, 2022)


Podem ser adquiridos diretamente com a autora.

 

Coautoria

Meu avô era assim (Darda, 2018)

Tuíra (Marianas Edições, 2020; Donizela, 2022)

Marianas 10 (Anadara brasiliana Edições/Donizela, 2024)

Idade é fogo (Donizela, 2024)

 

Saiba mais sobre Nanci de Lara Reis


Publicado por: Tânia d'Arc

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